Ashrita Furman: Recordista mais prolífico do Guinness World Records

Há muitos recordistas de recordes prolíficos nos arquivos do Guinness World Records (GWR). Mas nenhuma de suas conquistas coincide com as do recordista do título Ashrita Furman, do Brooklyn, em Nova York, que se tornou famoso como o homem com mais titulos do Guinness World Records.

Ao longo das últimas três décadas, Ashrita assumiu como missão a sua vida quebrar o máximo de recordes possíveis, ansioso por provar que qualquer pessoa com um sonho sincero e uma mentalidade determinada pode ser reconhecida por uma autoridade de renome mundial.

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Um espirituoso homem de 62 anos, no momento da elaboração deste artigo, Ashrita alcançou mais de 600 recordes e atualmente detém o título de mais de 200.

Esses títulos cobrem uma imensa amplitude de categorias e uma variedade de talentos, variando de intrépidas expedições subindo o Monte Fuji com um pula-pula (pogo stick) até ambiciosas tentativas de girar imensamente gigantes bambolês pelo corpo.

A partir desses desafiantes esforços, Ashrita aproveitou a oportunidade para quebrar recordes em diversos países do mundo, conhecer outras pessoas que também compartilham sua paixão, e falar publicamente sobre suas conquistas em diversos programas de entrevistas famosos nos Estados Unidos.

Entretanto, apesar das manchetes nas quais apareceu durante as últimas décadas, muitas pessoas ainda se perguntam o que o motivou a embarcar nessa difícil missão de conquistar mais GWR recordes que todos.

O sonho de Ashrita se tornar um múltiplo recordista apareceu ainda quando um jovem garoto no início dos anos 60, depois que ele desenvolveu uma enorme fascinação com o livro anual do Guinness World Records.

Como muitas crianças ao redor do mundo, Ashrita ficava ansioso para abrir a edição mais recente de cada ano para ver o mais alto, mais largo, mais rápido e o mais esperto do mundo.

Embora ele tenha sido cativado pelos recordistas do mundo inteiro, o ávido leitor Ashrita achava que sua falta de atletismo seria um obstáculo. Ele acreditava que a força física seria vital para fazer história como recordista.

"Talvez o fato de eu ter nascido quatro dias após o primeiro livro do Guinness World Records ter sido concebido, em Setembro de 1954, pode ter algo a ver com isso. Esse também foi o ano em que Roger Bannister quebrou o recorde de uma milha em quatro minutos. Ou talvez foi o senso de perfeição sobre ser o melhor do mundo em alguma coisa que atraiu meu interesse. Qualquer que seja a razão, eu me lembro devorar o livro quando criança, enchendo a minha cabeça com aqueles superlativos espetaculares".

Em 2013, Ashrita conquistou o recorde de maior tempo equilibrando uma serra elétrica no queixo. (Este recorde já foi quebrado desde então)

Todavia, o jovem homem manteve essa persistente inspiração no fundo da cabeça enquanto ele crescia buscando seus outros interesses, como a meditação com o professor de espiritualidade oriental, Sri Chinmoy.

Foi enquanto aprendia sobre os princípios da autotranscedência – que envolvia a superação de limitações, desenvolvimento espiritual e um profundo conhecimento de que nada é impossível – que Ashrita aprenderia como tornar seus sonhos impalpáveis em uma realidade concreta.

Em 1978, Ashrita foi persuadido por Sri Chinmoy a testar a si mesmo ao participar numa corrida de 24 horas de bicicleta em Nova York. Essa maratona na Grande Maçã levou o jovem a uma incrível epifania. Sem nenhum treinamento anterior, ele terminou o percurso de 651.7 km (405 milhas) em terceiro lugar. Ashrita agora percebeu que qualquer coisa era alcançável com um forte senso de auto-confiança e abertura a possibilidades.

Naturalmente, seu próximo passo foi o Guinness World Records. A primeira tentativa de recorde de Ashrita foi para fazer a maior quantidade de polichinelos consecutivamente, um desafio que não seria um feito fácil de se conquistar.

Na verdade, ele falhou em quebrar esse recorde. Mas o recém achado otimismo de Ashrita deu a ele a coragem de perseguir diariamente o treinamento físico juntamente com seus treinamentos espirituais e mentais. Isso era o fundamento que ele precisava para se tornar um recordista GWR.

Ele treinou por horas, durante o período de várias semanas, familiarizando-se com os princípios básicos que todo recordista GWR deve ter para conseguir alcançar um recorde.

Seis horas, 45 minutos e 27.000 polichinelos depois, Ashrita não apenas conseguia seu primeiro recorde, como também iniciava uma vida de perseguir e quebrar novas barreiras.

Seu sucesso deu a ele um espaço na edição do livro de 1980, próximo da renomada ginasta olímpica Nadia Comăneci. Daquele ponto em diante, o jovem estudante de meditação foi fisgado, estava ansioso para incorporar mais experiências de quebra de recordes em sua história.

Com a ajuda de seus amigos, Ashrita rapidamente ampliou sua coleção de títulos para conter uma longa lista de tentativas impressionantes. Partindo da maior distância caminhada equilibrando uma bicicleta no queixo, maior quantidade de tochas acessas e apagadas em um minuto, da milha mais rápida andando em um pula-pula (pogo stick), do maior tempo girando bambolê embaixo d’água e da maior quantidade de flechas quebradas com o pescoço em um minuto, até a maior distância viajada de bicicleta equilibrando uma garrafa de leite na cabeça e muitos outros – Ashrita Furman fez praticamente de tudo.

Ele agora se tornou um dos únicos indivíduos no mundo a ter quebrado um recorde em cada um dos continentes, e a deter mais de 100 recordes simultaneamente.

"Tentar recordes se tornou uma parte inerente da minha jornada espiritual. Eu esquadrinho o livro do Guinness World Records a procura de uma categoria que eu ache ser desafiadora e divertida. Muitos dos recordes envolvem atitudes infantis como malabarismo, amarelinha, uniciclo, pula-pula, cambalhotas, cantar à tirolesa e equilibrar objetos na minha cabeça e queixo. Eu me divirto não apenas em praticar a atividade em si, mas também em ver o meu progresso em atingir um antes objetivo desafiador".

Nos anos recentes, Ashrita, que agora vive no Queens, em Nova York, foi reconhecido por diversos meios de imprensa por suas realizações. Ele foi até o personagem de um mini-documentário detalhando os momentos chave de sua carreira de recordista.

Apesar de ele passar a maioria de sua vida focado em quebrar novos títulos de recorde, ele não planeja parar tão cedo.

No ano passado, Ashrita esteve fortemente envolvido em obter novos títulos, e tomando de volta recordes que outros participantes tomaram dele.

Um recorde que está muito próximo de seu coração foi sua tentativa bem sucedida para a maior quantidade de velas num bolo de aniversário; no qual Ashrita e alguns outros membros de sua comunidade espiritual se juntaram para acender 72.585 velas em um bolo em honra ao que seria o aniversário de 85 anos de Sri Chinmoy.

Sem dúvidas, o nome de Ashrita Furman é agora inseparável da ideia de recordista, a sua incansável procura pelo mundo dos recordes é um exemplo gritante do que pode crescer das sementes da ambição.